O tráfico de animais era prática muito comum nas Américas, quando na época do descobrimento. Nos séculos 15 e 16, os navegadores portugueses e espanhóis levavam todos os tipos de animais que encontrassem para a Europa. Pássaros tropicais de plumagem exuberante eram luxos que brilhavam nas cortes daquele tempo.
Ainda hoje este fascínio é exercido por espécies raras em colecionadores do mundo inteiro, principalmente Estados Unidos, China e Europa, que pagam até milhares de dólares para ter animais ameaçados de extinção como peças particulares para serem mostradas.
Segundo pesquisa da Organização das Nações Unidas, o tráfico de animais é a terceira maior atividade ilícita no mundo, depois apenas do tráfico de drogas e armas. Estima-se que este mercado movimente algo em torno de 20 bilhões de dólares por ano. O Brasil concentra 10% deste movimento, com 2 bilhões de dólares por ano. Uma conjunção de fatores, como a pobreza e a fraca presença de fiscalização, mantém o País no topo do mercado.
Dener Giovani, fundador da organização não governamental Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), afirma que, “a pobreza força populações que vivem próximas às matas a vender seus habitantes para levantar recursos. A fraca fiscalização é garantia de impunidade”. A Renctas atua desde 1999 e publica relatórios sobre o tráfico de animais no Brasil. De acordo com Giovani, “o problema com o tráfico é que além de maltratar os animais, coloca em risco a sobrevivência de várias espécies. Porque um animal retirado de seu habitat não vai gerar mais descendentes. É uma ação que se propaga no futuro ao destruir potenciais gerações”.
Uma investigação do Congresso Nacional estimou que haja de 400 a 450 gangues que operam com tráfico de animais no País. O número de animais retirados de nossas matas, mares e rios para serem vendidos varia. A World Wildlife Fund (WWF) conta 12 milhões de animais traficados por ano, enquanto o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) calcula 38 milhões no mesmo período.
Cada uma das guangues que atua no tráfico de animais tem sua especialidade e seus mercados. Não existe um comando centralizado. A cadeia de suprimento é muito fragmentada. Começa com alguém de poucos recursos que ganha alguns reais para capturar um animal e se estende até o colecionador rico que paga milhares, às vezes até milhões de dólares por um animal selvagem.
Há ainda os intermediários, que transportam os animais e os entregam para pequenos atacadistas em feiras ao ar livre ou locais ilegais de armazenamento. Os grandes traficantes compram enormes quantidades de animais e os revendem para colecionadores, cientistas, circos, ou seja, uma extensa lista. Uma pesquisa conduzida pelo Ibope encomendada pela Renctas mostrava que 30% dos brasileiros têm ou já tiveram animais silvestres em casa। Isto significa 54 milhões de pessoas. Um mercado enorme. Papagaios, pássaros cantores e tartarugas estão entre os animais mais vendidos pelo comércio ilegal. As pessoas acreditam ser “normal” ter um papagaio dentro de casa. A Renctas estima que 60% do tráfico de animais no Brasil abastece o mercado doméstico e 40% é exportado.
http://pessoas.hsw.uol.com.br/trafico-de-animais.htm
eeei
ResponderExcluirte add lá no msn.
sou nova aqui.
nem sei como funciona ainda e tals.
mais que bom que vc gosto da historia;
beeeijo :)